Messias Negro - Líder dos panteras negras, morto pela polícia e agora tema de filme e também de uma das suas aulas.
O ativista negro Fred Hampton tinha apenas 20 anos de idade quando se tornou líder do Partido dos Panteras Negras no Estado de Illinois e apenas 21 quando foi morto pela polícia americana. Traga para seus alunos informações sobre as lutas desse importante homem, que agora terá sua memória relembrada pelo cinema.
Apesar de trágica, a história de Fred Hampton é bastante importante para a história do movimento negro e também bastante complexa de entender. Numa trajetória de várias camadas, seus passos hoje se tornam roteiro de filme em Judas e o Messias negro, filme que rendeu inclusive uma indicação ao Globo de Ouro para o ator Daniel Kaluuya, que interpreta Fred nas telas. Vamos entender essa história tão importante? Aproveite para ouvir nosso podcast especial sobre Consciência Negra.
Fred Hampton foi um ativista e revolucionário afro-americano, presidente da filial de Illinois do Partido dos Panteras Negras (BPP) e vice-presidente do BPP nacional. Ele foi assassinado em 1969 durante uma batida policial em seu apartamento.
Em janeiro de 1970, um júri realizou um inquérito e determinou a morte de Hampton como homicídio justificável. Caso que revoltou não só ativistas como também toda a sociedade e reforçou ainda mais o importante legado de Hampton.
Nascido em 30 de agosto de 1948, na atual Summit, Illinois, Fred cresceu nos subúrbios de Chicago. Seus pais haviam se mudado para o norte da Louisiana, como parte da Grande Migração de Afro-Americanos no início do século XX para o sul e trabalhavam em uma indústria da época. Quando jovem, Hampton era talentoso tanto na sala de aula quanto no campo de atletismo, e desejava ser esportista. Após sua graduação, Hampton se formou em direito e planejava se familiarizar com o sistema legal, usá-lo como defesa contra a violência policial.
O FBI nunca assumiu o seu envolvimento no assassinato de Fred Hampton (1948-1969). Mas agora, teremos a oportunidade de revisitar o caso nas telas, com o filme “Judas e o Messias Negro”, que mostra como o FBI teria orquestrado o plano de execução da sua morte na madrugada de 4 de dezembro de 1969, quando Hampton foi alvejado por tiros policiais, enquanto dormia em seu apartamento em Chicago.
Nascido para o ativismo
Os professores de Hampton, desde muito cedo incentivaram sua capacidade oratória. Afinal, ele demonstrou desde muito cedo sua vocação para o ativismo. Sempre que falava, tinha o poder e o carisma de cativar seus ouvintes e garantir bons minutos de sua atenção. Ainda adolescente, passou a atuar na Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), uma das principais organizações de direitos civis dos EUA.
No ensino médio, organizou manifestações contra o racismo e pela contratação de mais professores e administradores negros. Também fez campanha para a construção de uma piscina comunitária que não fosse segregada, aberta para crianças negras, em Maywood, na região metropolitana de Chicago, onde cresceu.
Acabar com a separação racial característica da época era uma das suas maiores inspirações de vida.
Carisma, traição e morte
Na época do ocorrido, Hampton sabia que era alvo da polícia. Era comum que líderes dos Panteras Negras fossem presos e perseguidos pela polícia.
A perseguição se dava pelas coisas mais simples, como por exemplo quando em menos de um ano antes de sua morte, Hampton foi condenado e preso por roubar sorvetes. A acusação foi considerada injusta pelo advogado e a hipótese de defesa foi que na época policiais coagiram o vendedor de sorvetes a identificá-lo como ladrão.
Por conta do seu carisma, Fred Hampton também estava ganhando exposição e atenção como líder, chegou a ser considerado uma estrela em ascensão dentro dos Panteras Negras e cogitado para assumir uma posição de liderança nacional no partido. O surgimento de uma voz capaz de agregar pessoas era uma grande preocupação do FBI, pois na visão polícial eles poderiam perder o controle sob o movimento.
A morte de Fred aconteceu com a ajuda de William O'Neal que depois de ser detido roubando um carro e usando um distintivo falso recebeu a proposta de evitar a prisão caso se infiltrasse nos Panteras Negras. William era pessoa de confiança de Fred, mas entregou para o FBI uma planta de seu apartamento, como parte do plano para detê-lo.
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Legado
A história de Hampton ainda é pouco conhecida, mesmo nos Estados Unidos. Mas agora, todo o ocorrido vai ganhar voz através das telas de cinema. Esse é um momento ideal para assistir o filme com os seus alunos e abrir um importante debate.
Os Panteras Negras costumam servir de inspiração para movimentos sociais atuais, como o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), obviamente com táticas diferentes e o mesmo objetivo: diminuir os impactos devastadores das questões raciais sobre as vidas da população negra. Justamente por isso, é possível observar muitas semelhanças entre a luta de Hampton e os movimentos atuais. Que tal convidar os alunos a refletir sobre isso ou criar entre eles artigos, pesquisas e conteúdos sobre o tema?
É fato que Fred é um símbolo na luta contra o racismo e por isso acho que é tão importante saber quem ele era, o que ele fez e porque ele foi morto. Seus alunos vão adorar saber mais.
Quer conferir muitas outras dicas e temas que podem ser debatidos em sua sala de aula? Confira nosso blog estamos sempre em busca de criar o melhor conteúdo para educadores e escolas.
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